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Thomas Lá, Dá Cá #10: E se A Ameaça Fantasma não for o pior Star Wars?

Falta pouquinho para a estreia de O Despertar da Força, o primeiro episódio de Star Wars sem o envolvimento de George Lucas na direção ou roteiro.

Triste notícia? Nem tanto. Se você perguntar aos fãs de longa data, logo descobrirá que grande parte deles se frustrou tanto com a segunda trilogia de filmes que chega a comemorar a “aposentadoria” de Lucas.

Grande parte dessa birra se deve à recepção fria que A Ameaça Fantasma recebeu quando chegou aos cinemas em 1999. Passados mais de 15 anos, será que já estamos prontos para superar a dor e perdoar todos os Jar Jar Binks e buracos no roteiro?

Sim e não. De fato, não dá nem para começar a comparar o filme com os magistrais Uma Nova Esperança, O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, uma trilogia praticamente perfeita e empolgante do começo ao fim.

Uma ida bem frustrante ao cinema em 1999… mas será que a sequência não foi ainda pior?

Mas talvez, só talvez, A Ameaça Fantasma não seja o pior capítulo da saga. Quem sabe se, passada a pressão de dar continuidade à uma série tão cultuada, e analisando o filme pelo que ele é, haja algo ainda pior na hexalogia?

Pense bem e lembre do quão irritante foi ver o pequeno Jake Lloyd dando vida a um dos maiores vilões do cinema como uma criancinha inocente. Começamos com o pé errado na defesa do filme, né? Mas será mesmo que você se incomoda mais com um garoto que pilota caças Naboo e participa de corridas de Pod do que com Hayden Christensen?

Além da atuação de Hayden ser fraquíssima — o que fica ainda mais evidente quando ele divide a tela com os premiados Ewan McGregor e Natalie Portman —, o roteiro de Ataque dos Clones certamente não o ajuda em nada.
Sério, da próxima vez que você se irritar com o Jake, feche os olhos e lembre de quando Hayden estava cantando a Natalie Portman falando sobre areia:

”São apenas oito segundos de vídeo”, você pode pensar. Quem dera fosse só isso mesmo. O problema é que o romance entre Anakin e Padmé movimenta quase todo o filme, fala constrangedora após fala constrangedora, do Padawan stalker de tocaia no quarto da senadora até o resgate brega na arena de Geonosis.

Não que o resto d’A Ameaça dos Clones se saia muito melhor quando Anakin não está em cena. Obi-Wan, por exemplo, se mete na trama mais desinteressante já vista desde… bom, desde as tramoias políticas de Coruscant em A Ameaça Fantasma, na verdade.

Mas se no Episódio I havia o consolo de estarmos assistindo a ascensão do chanceler Palpatine ao poder, no Episódio II não há lampejos de salvação, apenas tramas mal contadas andando em círculos.

Veja e reveja Ataque dos Clones algumas vezes e ainda assim você não saberá quem diabos é o tal mestre Zaifo Vias que ordenou a construção dos clones. Sério, como diabos ele se relaciona com Dooku? Aliás, qual era o real interesse do personagem de Christopher Lee nesse filme? A gente deveria procurar por respostas no universo expandido? Que tipo de filme faz isso?!

Da investigação por bares e bibliotecas Jedi até o combate com Jango Fett, Obi-Wan vive alguns dos momentos menos empolgantes da saga. Dá até saudade do jovem padawan que, ao lado de Qui-Gon Jinn, duelou com Darth Maul e seu sabre duplo ao som da fantástica Duel of Fates, mais uma joia do mestre John Williams.

Vamos combinar, não importa o quanto A Ameaça Fantasma fruste com seus midi clorians, Gungans e tom infantil, essa música fica lá em cima nas grandes trilhas sonoras de todos os tempos, páreo duro com a icônica Marcha Imperial.

Tecnicamente e visualmente, aliás, o primeiro filme da cronologia dá um show. Se o desenvolvimento da federação do comércio deixa a desejar, o mesmo não se pode dizer do visual e efeitos sonoros que dão vida aos seus robôs de infantaria e droidekas.

Naboo vibra com vida e rende alguns dos cenários mais belos já vistos no cinema, mas será que o mesmo pode se dizer da sequência? Kamino e Geonosis, os principais planetas apresentados em Ataque dos Clones não chegam perto de causar o mesmo deslumbre e fascínio.

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Embora ainda seja bem idiota que Obi-Wan não tenha usado aqui a super corrida Jedi que utiliza no começo do filme contra os droidekas…

No fim das contas, os dois primeiros episódios de Star Wars são meio fracos, tanto na época de seu lançamento como hoje em dia. Passado o juízo do tempo, parece que só A Vingança dos Sith será lembrado com algum carinho pelos fãs.

Ainda assim, recomendamos rever o primeiro episódio, até para constatar que sua sequência pode ser a verdadeira dona do posto de pior capítulo da saga espacial. Então abra a mente e tire um pouco do ódio do seu coração. Afinal, o ódio é o caminho para o lado sombrio…

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