Image default
CríticasGames

For Honor é tão bom (e brutal) quanto o esperado

Eu simplesmente adoro samurais. Desde que me entendo por gente sou apaixonado pelo código desses guerreiros japoneses. Já perdi a conta de quantos livros, revistas e artigos sobre o assunto já li ao longo dos meus 31 anos de vida. Já assisti a diversos filmes e animes sobre samurais, e até mesmo me inscrevi em aulas de Iaijutsu (a arte do saque rápida da katana, a espada utilizada pelos samurais). Esses guerreiros orientais sempre me chamaram a atenção, mas o principal aspecto do modo de vida dos samurais que sempre me atraiu foi seu senso de honra. Os samurais viviam e morriam pela honra.

Nem preciso dizer o quão eufórico fiquei quando a Ubisoft anunciou o lançamento de For Honor, certo? Afinal, além dos samurais, o jogo ainda contava com a presença de duas outras classes de combatentes muitíssimo interessantes: os poderosos Cavaleiros Medievais e os impiedosos Vikings. E o melhor: For Honor botaria todos esses guerreiros cara-a-cara, com a promessa de entregar combates brutais em um sistema de batalha inovador. O hype, é claro, foi às alturas — e com motivo de sobra né.

Pela honra

Infelizmente acabei perdendo a versão beta fechada de For Honor, mas marquei na minha agenda o dia do lançamento da beta aberta e prometi a mim mesmo que não a perderia por nada. E não perdi. Depois de algumas horinhas baixando os muitos gigabytes, acessei o menu do jogo, selecionei o guerreiro samurai disponível por padrão, joguei o tutorial e logo caí de cabeça no modo multiplayer contra outros jogadores. Nem preciso dizer que apanhei feio e passei vergonha, né? Afinal, o sistema de combate de For Honor não é exatamente dos mais simples, e isso se aplica também ao jogo completo, lançado no dia 14 de fevereiro.

Diferente da maioria dos jogos de luta e combate multiplayer, em For Honor você não simplesmente tem botões de atacar e defender. Aqui você deve ficar constantemente atento à direção em que seu adversário vai atacar, exibida na tela como uma “seta” vermelha, e puxar o direcional direito na direção do ataque enquanto pressiona o botão de defesa. Parece fácil, e no tutorial realmente a coisa parece muito mais simples do que realmente é. Para atacar a coisa funciona da mesma maneira, você deve estar atento à direção em que o inimigo está defendendo (representada na tela por uma “seta” branca) e atacá-lo em outra direção puxando o direcional direito e pressionando o botão de ataque fraco (porém rápido, dificultando uma reação do adversário) ou forte (e bem mais lento, mas muito mais poderoso).

Saber a hora de atacar e defender é essencial para sobreviver ao mata-mata do multiplayer, e identificar o momento certo de esquivar pode ser decisivo em uma batalha contra outros jogadores. Afinal, uma esquiva certeira pode levar a um combo muitas vezes indefensáveis, já que a guarda do inimigo estará aberta e muitas vezes é bem difícil conseguir tomar o controle da situação depois de um combo bem aplicado.

O meu maior erro na beta aberta foi já chegar de sola no multiplayer sem antes ter treinado um pouco contra bots. Isso me rendeu muitas mortes desnecessárias, já que eu estava enfrentando jogadores mais habilidosos que eu e ao mesmo tempo em que tentava aprender a jogar. Some isso ao fato de eu ter desbloqueado o Orochi, um personagem classificado como “difícil” de dominar, sem nem mesmo ter entendido direito como funcionava o esquema de combate e habilidades. Mandei tão mal que cheguei a receber mensagens de “amor e carinho” no inbox da Xbox Live mandando eu ir tomar naquele lugar. Enfim… O que importa é que, para honrar minha gamertag, continuei aperfeiçoando minhas habilidades e logo já dominava os controles, sendo capaz de terminar duelos em questão de segundos.

Já de posse do jogo completo, a história foi completamente outra: agora eu já sabia jogar e já dominava os movimentos dos personagens, sendo capaz de quebrar guardas dos adversários, permitindo atacar inimigos em posição de bloqueio, bem como desviar e desferir combos, além de entender muito bem como funciona o campo de batalha e os modos de jogo do multiplayer de For Honor. Com um pouco mais de habilidade, agora já era possível dominar e defender pontos de interesse nos cenários de Domínio, o modo de jogo no qual vence o time que alcançar maior pontuação capturando mais territórios e aniquilando o time adversário.

Também é possível testar suas habilidades nos modos duelo, no qual você enfrenta um outro jogador em disputas 1×1 de até 5 rounds; e no modo eliminação, em que as partidas rolam em cenários grandes, em batalhas de 4×4 com a utilização de power-ups. Em todos os modos multiplayer é possível jogar contra bots, possibilitando treinar a utilização de estratégias e habilidades antes de enfrentar outros jogadores.

 

Dominando o campo de batalha

For Honor conta com quatro lutadores em cada facção, e cada um deles tem seu próprio set de habilidades. Você pode utilizá-las conforme vai ganhando pontos de reconhecimento nas batalhas. Já no caso das passivas, essas habilidades ficam liberadas desde o início da partida mas só funcionam caso você cumpra alguns requisitos — permitindo, por exemplo, que você ganhe pontos de vida ao realizar uma execução ou continuar correndo mesmo quando sua estamina estiver esgotada.

O ideal é escolher um dos personagens e se dedicar ao máximo para aprender a usar cada uma de suas vantagens e evitar suas desvantagens. Alguns guerreiros são muito fortes, porém lentos; outros são rápidos, porém mais fracos. Também há lutadores que atacam bem de longe, enquanto outros funcionam melhor atacando de perto. É importante identificar qual combatente funciona melhor no seu estilo de jogo e aprender a jogar com ele para dominar o campo de batalha.

Por se tratar de um jogo alicerçado no modo multiplayer, For Honor depende muito de uma boa conexão com a internet para que as partidas possam rolar sem grandes problemas. Ainda assim, independente da sua velocidade de conexão, prepare-se para presenciar rápidos travamentos das partidas sempre que um jogador deixar a partida (seja por queda de conexão, abandono do jogo ou desligamento do console/PC) ou quando um novo participante entrar para um dos times. Quando nessas situações, a partida dá uma paradinha para, logo em seguida, a batalha continuar a se desenrolar e o game anunciar quem entrou ou saiu e para qual time foi designado. Outros probleminhas comuns a jogos que dependem de conexão à rede podem ser observado vez ou outra graças à flutuação da velocidade da sua internet, então pode ser que você presencie personagens praticamente teleportando no mapa ou coisas do tipo.

É inegável que For Honor é um jogo sensacional, e que sua proposta de multiplayer e nova mecânica de combate são elementos-chaves para tal. Mas o game não vive apenas de partidas online, contando ainda com um modo campanha bem legal, que te apresenta uma trama meio capenga, mas que funciona bem dentro da proposta do jogo e, principalmente, te proporciona conhecer cada um dos personagens disponíveis no caprichado multiplayer — passando a impressão de que a campanha é, na verdade, um imenso tutorial com cerca de sete horas de duração.

 

A arte da guerra

Um dos lançamentos mais aguardados do ano, For Honor realmente consegue entregar o que prometeu. Com gráficos lindos e controles complexos, o jogo se destaca com seus personagens detalhados, grande quantidade de itens (como peças de armas e armaduras) para personalização desses personagens e seus modos multiplayer adicionam muitos pontos no fator “replay”.

Além do que o jogo já apresenta agora no lançamento, a Ubi ainda promete muitas novidades ao longo das quatro próximas temporadas do jogo, quando serão adicionadas diversas novidades. Novos mapas, armaduras e armas já foram prometidos como adições grátis para todos os jogadores, e a produtora também já está comercializando o passe de temporada que dará direito a seis novos personagens, dois para cada facção, sete dias antes de serem liberados gratuitamente para todos os outros jogadores, bem como armaduras de elite exclusivas, emblemas e adornos de capacete também exclusivos e outros bônus in-game para dar um gás na jogatina.

Assim, é de se esperar que, com essas atualizações de temporada, novos modos de jogo sejam adicionados, trazendo ainda mais novidades e dinâmica ao modo online e fazendo com que For Honor continue sendo mais um game relevante na line-up da Ubisoft, ao lado de Rainbow Six Siege e The Division.

 

For Honor – Nota: 4/5

Produtora: Ubisoft
Plataformas: PlayStation 4, Xbox One e PC
Plataforma utilizada na análise: Xbox One

Related posts

God of War | Jogo possui quatro níveis de dificuldade

Luciana Anselmo

Doki Doki Literature Club é uma experiência única

Thomas Schulze

PUBG | Jogo terá arena free-to-play de 500m² na Brasil Game Show

Rodrigo Estevam