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Retrô

Retrô: Por onde anda Mega Man?

Geralmente o desafio tem oito fases temáticas, que podem ser encaradas em qualquer ordem, conforme o gosto do freguês. Muitos saltos milimétricos, alguns espinhos e tiros pra lá e pra cá. Um boss que pode ser só mais um inimigo em seu caminho ou um desafio e tanto, conforme suas escolhas ao longo do game. Muitas franquias conhecidas se encaixam na descrição acima, mas hoje vamos falar especificamente do robô azul atirador de plasma mais amado de todos.

Trilha sonora sugerida para a leitura deste artigo, logo abaixo! ;)

 

O ‘Blue Bomber’ através das gerações

Mega Man (ou Rockman, no Japão) nasceu no fim da década de 80 estrelando jogo homônimo para o Nes. De lá pra cá já, são mais de 50 games entre sua franquia principal e outros spin-offs bem sucedidos em sua maioria. Mega Man tinha tudo para ser um system seller e navegar nas águas mais calmas do sucesso, visto que outros companheiros de 8 bits ainda têm seu espaço garantido, renovando-se a cada nova geração, mas sem perder seu charme. Para uns o caminho correu sem grandes percalços, outros ainda buscam a fórmula ideal para integrar-se à tecnologia das novas gerações de consoles. Mega Man deu todos os indícios de que faria parte do primeiro grupo, já que sua fórmula vencedora conseguiu atravessar quatro gerações. Mas já são 4 anos desde o lançamento de Mega Man 10 (Xbox 360, Playstation 3 e Wii) e após alguns títulos cancelados, fica a dúvida se há salvação para a franquia.

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Um dos motivos para justificar tamanho desânimo quanto ao ‘Blue Bomber’ deve-se à saída de Keiji Inafune da Capcom, em dezembro de 2010. Keiji é considerado o pai do robô, já que foi o responsável por toda a arte e design dos personagens. Depois de mais de duas décadas à frente de Megaman, Onimusha e Dead Rising, Inafune decidiu ‘começar do zero mais uma vez’ e abriu a Comcept. Um dos seus projetos mais aguardados é Mighty No. 9, fruto de financiamento coletivo que surgiu com uma meta de US$ 900 mil (mais de R$ 2 milhões), alcançada em pouco mais de 24 horas. A comunidade gamer mostrou-se muito receptiva quanto a Mighty No. 9 e dizem que este poderia ser o sucessor espiritual de Mega Man.

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Sintomas do abandono

Outro ponto que desperta a preocupação dos fãs é o seguido cancelamento de diversos jogos da série. Mega Man Universe, Mega Man Legends 3 e Mega Man Online são bolas fora seguidas por parte da Capcom, naquilo que pode ser interpretado como descaso com um de seus carros-chefe. Em maio de 2014 foi promovido o Mega Maio para 3DS, anunciado no blog oficial da empresa. Com alguns jogos lançados para o Virtual Console, veio a chance de reviver emoções — ou de vivê-las pela primeira vez, pra galera mais jovem. Mas e as novidades, por onde andam?

Em 2012 comemorou-se o 25º aniversário da franquia, mas tudo o que vimos foi Street Fighter x Mega Man, um game desenvolvido por um fã com o apoio da Capcom. Ainda que fosse um bom jogo, com a pegada 8 bits do começo da série (e coincidentemente do seu “fim”), foi muito pouco para um dos pilares da história dos video games. Ver Ryu, Chun-Li e M.Bison como oponentes para Mega foi no mínimo interessante, mas seria apenas isso, para a tristeza dos que esperavam algo grandioso e à altura do sucesso do robô azul.

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E para o futuro?

Sei que você, como jogador inveterado que é, espera um tom otimista. Seria perfeito anunciar que Mega Man 11 está em produção, que a série X vai de vento em popa e com uma nova versão a caminho da nova leva de consoles, além de um novo spin-off para os portáteis, seguindo o sucesso de Mega Man Zero e Mega Man ZX. Cá entre nós, as perspectivas não são boas, já que passaram-se apenas 2 semanas desde a E3 2014 e não houve nenhuma menção ao jogo na line-up da Capcom. Perdido entre tantos Monster Hunters, parece que o máximo que teremos de Mega Man por hora é a sua participação especial em Super Smash Bros. for Wii U & 3DS. Ao menos no quarto episódio da pancadaria nintendista, há uma centelha do que o Blue Bomber já foi um dia ao bater de frente com Sonic, Mario e outras lendas dos games, principalmente no número de vendas e de jogos lançados. Só nos resta aguardar.

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Especial: Os grandes momentos de Mega Man

De 1987 pra cá, a série já se arriscou em quase tudo o que podia e teve muitos resultados bons (e outros nem tanto). Abaixo você pode conferir alguns bons e maus momentos da franquia do robô mais amado dos video games.

Mega Man 3 (Rockman 3: The end of Dr. Willy!?) – 1990 – NES/Wii/3DS/Wii U

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Um verdadeiro clássico. Introduziu elementos importantíssimos para a continuidade da série, como o lendário Protoman e seu assobio enigmático, o cão-robótico Rush e o movimento de escorregar pelo chão (slide, para os íntimos). É um dos títulos que Keiji Inafune menos gosta na série, por achar que o jogo ainda não estava pronto quando foi lançado. Curiosamente é um dos favoritos da galera que curte games clássicos (e eu me incluo nisso, sem nenhuma sombra de dúvida). Grande momento!

 

 

Mega Man X (Rockman X) – 1993 – SNES, PC, Wii, Wii U

Marcou a transição da série para os 16 bits. Aqui a mudança foi radical e é um dos spin-offs favoritos da galera, especialmente se estivermos falando dos 6 primeiros jogos (tem até quem delete os dois últimos da lista). Megaman X foi um estrondo em todos os aspectos, além de trazer Zero à vida. A fórmula clássica é mantida, mas a história pula um século com relação a série original. E se você enxergava algum resquício de humanidade no insano Dr. Willy, pode perder as esperanças pois aqui quem dá as cartas é Dr. Sigma — e ele não está para brincadeiras!

 

Mega Man’s Soccer (Rockman’s Soccer) – 1994 – SNES

Aqui a porca torce o rabo. Ano de Copa do Mundo, futebol em alta, dinheiro em caixa e experimentalismo. Uma mistura louca como essa, só poderia resultar em um jogo de futebol protagonizado por Mega Man e seus inimigos da série clássica! Chutes especiais de gelo, fogo e outros malabares tomavam conta de uma partida de futebol onde fazer gols deveria ser o menor dos problemas, tamanho o risco de sequer sair vivo! Vale a conferida, principalmente se você for um colecionador. Como game de futebol, passe longe.

 

Marvel vs Capcom: Clash of Super Heroes – 1998 – Arcade/Dreamcast/Playstation

Com o sucesso de X-Men vs Street Fighter (1996) e Marvel Super Heroes vs Street Fighter (1997), era um caminho natural a série evoluir e englobar todo o universo da Capcom, que nesse momento já era bastante sólido e cheio de figurinhas conhecidas pelo público. Em Marvel vs Capcom: Clash of Super Heroes, Mega Man e sua “irmã” Roll botam pra quebrar ao lado de Ryu, Captain Commando, Wolverine, Gambit e outros figurões. Foi uma tacada certeira, visto que o game lançou outras duas versões, inclusive com a participação de outros personagens da série, como Tron Bonne e Zero.

Mega Man Zero 4 (Rockman Zero 4) – 2005 – Gameboy Advance

Ponto alto da carreira de Mega Man nos portáteis. Aliás, ponto alto de Zero e baixo de Mega, já que aqui o ‘azulzinho’ é o “vilão”. Trilha sonora excelente, trama interessante e quatro bons games que elevaram a moral dos portáteis da Nintendo como lar para bons jogos da franquia. Mega Man Zero Collection reúne os 4 jogos da série e foi lançado para Nintendo DS em 2010.

 

 

 

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Mega Man é um dos maiores sucessos da história dos video games. Teve versões em praticamente todos os consoles da história e tem um universo próprio muito vasto, papo para muitos outros artigos. Por hora, fica a nossa torcida para que a Capcom tire a poeira dos conectores e que muitas rajadas de plasma rolem por aí! E se você chegou até aqui, que tal contar nos comentários sua experiência com os games do Blue Bomber?

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