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CinemaCríticas

Redescobrindo a magia do Condado na trilogia The Hobbit

Não é segredo que Peter Jackson reinventou o cinema de fantasia na aclamada série O Senhor dos Anéis.

Seu enorme sucesso de público e crítica ajudou milhões de pessoas a conhecerem o incrível universo concebido pelo escritor J.R.R. Tolkien e, dito de modo curto e simples, tornou o mundo um lugar mais mágico para todos nós.

Já devidamente imortalizada entre as grandes obras do cinema, a trilogia de Peter Jackson ganhou uma “sequência” em 2012. As aspas são necessárias porque, como se sabe, os filmes da trilogia The Hobbit acabam servindo como um prelúdio aos filmes originais.

Assim, aconteceu uma inversão do que vimos na literatura. Afinal, Tolkien escreveu The Hobbit antes de conceber a trilogia do Anel. Aliás, até a pegada da escrita é bem diferente entre as obras, já que o Hobbit foi bolado como um livro mais juvenil, preparado com carinho para seus filhos.

O grande trunfo de Peter Jackson, então, é criar no cinema uma coesão inexistente na literatura; unir em um mesmo universo o tom de fantasia infantil e as épicas batalhas entre exércitos com milhares de orcs vistas nas cenas épicas de As Duas Torres e O Retorno Do Rei.

Tudo isso fica ainda melhor, claro, com a presença de um elenco de primeira. Não apenas pelo retorno dos queridos Ian (Gandalf) e Bloom (Legolas), dois dos mais amados personagens da saga original, mas também pela estreia do carismático Martin Freeman, que rouba a cena como jovem Bilbo Bolseiro.

Os avanços no ramo da computação gráfica são notórios e a Terra Média nunca foi tão viva e realista quando na trilogia The Hobbit. Se todo o resto falhasse (o que felizmente não é o caso), já valeria a pena embarcar nessa jornada puramente para curtir o deslumbre visual dos novos filmes.

Há quem diga, com alguma dose de razão, que a trilogia The Hobbit acaba sofrendo com um gosto agridoce e descaracterizando o livro original pela obrigação de se inserir no mesmo universo dos filmes mais adultos, mas não dá pra negar que Peter Jackson consegue fazer a hexalogia inteira parecer um só grande filme.

Embora falar em ‘grande filme“ acabe, também, esbarrando em outra reclamação comum: de fato, à primeira vista, é estranho que um livro com metade da grossura de qualquer volume de O Senhor dos Aneis tenha sido dividido em três longa-metragens, enquanto cada capítulo da saga do Anel ganhou apenas um filme próprio.

Só que pensar assim acaba sendo uma falácia. Em primeiro lugar porque, se A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei conseguiram ser espremidos em filmes únicos é porque muito do material concebido por Tolkien precisou ser removido ou adaptado para a telona. Estou olhando para você, Tom Bombadil!

Com espaço de sobra para trabalhar e reproduzir cada detalhe da obra de Tolkien na telona, Peter Jackson e sua equipe aproveitaram a trilogia The Hobbit para aproveitar cada linha e vírgula presente no livro original, consagrando a nova trilogia como a mais fiel ao universo literário.

Das músicas cantadas pelos anões à informações tiradas diretamente de anotações e obras inacabadas de Tolkien, a trilogia do Hobbit pode não ser o blockbuster mais acessível de todos, mas é primorosa em seu trabalho de pesquisa e deixa qualquer fã de Tolkien sorrindo de orelha a orelha.

O mais legal é que esse lado de pesquisa, respeito ao autor e expansão do material original fica ainda mais evidente na edição estendida lançada recentemente pela Warner! Com mais de 28 horas de extras espalhadas por nove discos na versão em Blu-Ray, o item é um artigo essencial para colecionadores e entusiastas da Terra Média.

Uma jornada apaixonante que vale ser revisitada lá e de volta outra, outra e mais outra vez.

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