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Parceria entre SESI-SP e Quanta Academia de Artes estreia selo especial para histórias em quadrinhos

Quem mora na cidade de São Paulo ou já visitou a cidade sabe como é bom estar na Avenida Paulista. Não é à toa que uma única avenida se tornou um dos lugares mais frequentados pela população paulistana, não falta assunto por lá. Para quem não a conhece, é comum ver pessoas simplesmente caminhando por ela apenas para observar a movimentação de todos ao redor ou interagindo com a pluralidade de culturas e atividades que só a Avenida Paulista pode proporcionar. Foi neste cenário propício que aconteceu o lançamento do selo SESI-SP/Quanta na loja GEEK.Etc.Br da Livraria Cultura o qual já conta com dois álbuns INCRÍVEIS: Quantoon e Sobrenatural Social Clube #01 (SIM, terá continuação \o/).

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“Não importa a idade, gênero ou estilo de traço. O que vale é se divertir”, disse Marcelo Campos, diretor da Quanta Academia de Artes, que gentilmente cedeu uma entrevista para o PlayReplay durante o evento. Em nosso bate-papo, Campos teceu um panorama consistente sobre o mercado de álbuns/HQs nacional e internacional baseando-se em sua experiência adquirida durante 20 anos enquanto trabalhou com a Marvel e a com a DC fora do Brasil.

Segundo o diretor da Quanta, “tem uma molecada de 9 a 14 anos que está sem nada para ler porque o mercado brasileiro precisa de mais aventura.” E é nítido que as editoras têm mais interesse em publicar adaptações de livros ou histórias em quadrinhos de super-heróis do que livros e álbuns/HQs autorais. É mais seguro para um negócio, não é mesmo? Afinal, o público já está fidelizado.

E gostar dos super-heróis e dos personagens dos livros não é pecado ou modinha. Pode até parecer coisa de criança, mas não é só de criança porque é legal e divertido para quem tem mais idade também. Na verdade, a questão central é outra: aquele leitor que gosta de criação de personagens em universos até então inexistentes não possui tantas opções, algo que seja diferente disso. A geração de leitores que está se formando está órfã de propostas novas e divertidas. E é justamente para esse público que Quantoon e Sobrenatural Social Clube foram feitas: para quem tem o prazer de ler uma obra autoral cheia de humor.

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Marcelo também nos contou que a Quanta foi escolhida pela SESI-SP Editora após uma criteriosa pesquisa. Assim que conversaram sobre o conceito da proposta e notaram a semelhança entre seus objetivos, a parceria foi prontamente estabelecida e o selo foi criado. As duas primeiras publicações da Sesi-SP/Quanta contaram com a participação de amigos do Marcelo que produzem suas próprias tiras.

“Quantoon” possui 6 álbuns individuais: Biodiversidade, de Ronaldo Barata, com tiras cheias de personalidade; Kid Turbo, de Artur Fujita, que possui um personagem pra lá de futurista; Mais ou Menos, de Matteo Papaiz, que propõe reflexões importantes; Hardcore Salteado, de Alexander Santos, que conta a vida do próprio autor através de um autorretrato divertido; Apokalipse 4, de Lilian Carmine, que tem muito estilo nos traços e nos tons das cores; e Ossostortos, de Thiago Cruz, resultado da mistura de síntese com humor. Tem tiras de HQ pra tudo quanto é gosto e criatividade que se possa imaginar e a leitura flui muito bem, deixando o gostinho de “quero mais”.

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Além de Quantoon, Ronaldo Barata também lançou outro álbum nesse mesmo dia: “Sobrenatural Social Clube”, o primeiro solo de sua autoria. Ronaldo é ilustrador, colorista, diretor de arte do Quanta Estúdio, quadrinista e professor de desenho, arte digital e ilustração na Quanta Academia de Artes. Li meu exemplar em pouquíssimos minutos, me diverti bastante e já posso dizer que vou contar os dias quando souber a data da publicação da continuação.

Depois da história, vi algumas versões dos traços dos personagens e li um epílogo muito intrigante. Sobrenatural Social Clube mostra como Rubens, Ivan e Jorge desvendam mistérios em Vale de São Gervársio, cidadezinha em que os três vivem. Dentre todos, Jorge é garantia de altas risadas e Tranca-Ruas possui um vocabulário todo especial. Durante a entrevista, Marcelo Campos nos contou que a atmosfera da série tem inspiração em Os Goonies e Scooby-Doo.

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Já na sessão de autógrafos, encontrei estudantes, leitores e curiosos, todos com a mesma intenção: se divertir lendo histórias cheias de humor e traços próprios. Na fila que se formou por causa dos artistas, a jovem que estava na minha frente contou a eles que estava comprando um exemplar de cada um para dar de presente à sua irmã: “Ela [a irmã] gosta de ler e eu preciso incentivar essa sede de leitura. Ela vai ficar feliz com essas HQs.” Assim como ela e os outros, ganhei autógrafos de todos os artistas com direito a desenhos ao lado de suas assinaturas. Me senti na Bienal!

Todo o projeto não demorou muito para ficar pronto, levando algo em torno de 3 a 4 meses — e soubemos que em breve outros álbuns serão lançados. A Quanta divulgará um meio de comunicação para que autores de todo o país enviem seus trabalhos e fará a curadoria destes materiais.

O selo é voltado para o público infanto-juvenil e juvenil, mas possui potencial para agradar e prender a atenção de quem já não é tão jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda, mas gosta de se divertir com histórias em quadrinhos. Acredite: há vida fora da literatura tradicional e dos HQs de super-heróis.

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