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Pise fundo com o remaster de Full Throttle

Sempre que eu sinto o cheiro do asfalto, lembro de… Full Throttle. Lembro de como a Brasoft trouxe o game ao Brasil com toda a pompa possível, ostentando em sua caixa que o adventure da LucasArts continha gloriosas legendas em português.

Em 1995, ainda era extremamente raro esbarrar com jogos em bom português, especialmente quando se falava em um produto top de linha da época. Tirando proveito dos kits multimídia, o disco do game continha milhares de linhas de diálogo muito bem interpretadas por seus dubladores, o que consumiu muito tempo de trabalho duro para o time brasileiro.

Sei que é estranho começar uma análise falando da localização de um game, e não de outros aspectos técnicos. mas não consigo evitar: foi legal demais iniciar a remasterização da Double Fine e, logo de cara, ler “sempre que sinto o cheiro do asfalto, lembro da Maureen”!

Se você ainda não conhece nada sobre o game, Full Throttle conta as aventuras de Ben e sua trupe de motoqueiros, em uma jornada regida a puro heavy metal. Nosso herói é pego no fogo cruzado de uma conspiração e precisa lutar para provar sua inocência, e o único caminho para fazer isso é resolvendo uma tonelada de puzzles.

Full Throttle segue a mesma fórmula de outros grandes jogos do genial Tim Schafer, abusando dos diálogos malucos que, sutil ou diretamente, indicam o caminho para os objetivos.

Obviamente os desafios seguem uma lógica própria que exigem pensamento bem fora da caixinha. Como de praxe nos adventures, a história só prossegue caso você calhe de ter o item certo no inventário e o faça interagir precisamente com o único ponto ou objeto do mapa onde ele se encaixa.

De um lado, é muito divertido aprender a (i)lógica da época. Por exemplo, é divertido descobrir que o único modo de invadir o ferro-velho local é prendendo seu cão de guarda dentro de um carro o atraindo com um pedaço de carne, e depois usar um grande imã para prendê-lo no ar. No entanto, em algumas ocasiões os enigmas são tão absurdos que podem gerar consultas envergonhadas ao detonado mais próximo.

Um dos melhores atrativos da versão remasterizada é, tal qual ocorreu no excelente remaster de Day of the Tentacle, permitir que o jogador alterne entre a versão moderna e clássica instantaneamente, com apenas um clique. Além disso, há muitos extras interessantes para os fãs, como artes conceituais e comentários sobre o desenvolvimento.

A campanha é um tanto curta no geral, podendo ser concluída em apenas uma sentada caso você tenha bastante paciência. Ainda assim, cada minuto dela é memorável graças aos seus excelentes personagens, dublagem, diálogos e trilha sonora. Sem dúvidas, um dos melhores adventures de todos os tempos.

Full Throttle Remastered – Nota: 5/5

Produtora: Double Fine Productions
Plataformas: PC, PlayStation 4, Vita
Plataforma utilizada na análise: PlayStation 4

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