Minha entrada no universo de Fear Effect não foi das mais comuns, então imagino que eu não era mesmo o público alvo de Fear Effect Sedna, jogo que a Sushee lançou este mês, sob licença da Square Enix, para Nintendo Switch, PlayStation 4, PC e Xbox One.
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Eu não tinha qualquer apego pela marca, nem o fator nostalgia para redimir os seus vários problemas. Tudo que eu tinha era um pouco de curiosidade, que não foi mesmo o bastante para segurar a experiência. Lembro que, lá em 2000, quando o primeiro Fear Effect foi lançado, cheguei a ficar bem intrigado com o seu estilo artístico e personagens, que pareciam bem diferentes do habitual na época. Tinha até um tom meio sensual e adulto que me lembrava a vibe daquele canal Locomotion.
Como eu não tinha um PlayStation 1, fiquei só na curiosidade e deixei o game passar. Corta para décadas depois, e Fear Effect Sedna aparece de forma surpreendente na atual geração de consoles. Não deu outra: mesmo leigo sobre o universo da franquia, fui pilhado conferir esse capítulo. Infelizmente, praticamente tudo nele deu errado.
O medo é o caminho para o lado sombrio
Se minha pesquisa sobre os jogos anteriores estiver correta, essa foi a primeira vez que tentaram aplicar uma perspectiva de visão isométrica para a ação, mas essa não parece ter sido a melhor ideia do mundo. Não só porque os controles ficaram bem lentos e travados, mas especialmente porque os mapas não são inspirados, e logo fica chato passear pelas fases. A ideia da desenvolvedora foi inserir alguns elementos táticos na ação, mas eles simplesmente não funcionam.
É possível pausar a ação para dar ordens de movimento aos seus aliados, mas a verdade é que eu nunca precisei fazer isso e, mesmo quando tentei, a inteligência artificial dos amigos e inimigos era tão pífia que logo colocava tudo a perder. O que redime um pouco os mapas são os seus enigmas ambientais. Alguns são mais inspirados que outros mas, no geral, a melhor coisa do game é quando você precisa prestar atenção aos arredores em busca de pistas para seguir o seu progresso. Nem todas são fáceis, então não precisa ter vergonha de consultar um detonado caso fique mais travado.
O estilo artístico, no geral, até que ficou agradável também. Não sou fã dos personagens pequenos durante a ação, mas admiro que o game consiga criar uma identidade própria em questão de minutos. O tom cyberpunk e os personagens estilizados em cel-shading chamam atenção, então é uma pena que a história maluca e a dublagem risível destruam todo o potencial que o game poderia ter em sua narrativa.
Fazia tempo que eu não ouvia uma dublagem tão sem vida em um jogo, e como os diálogos são rasos e infantis, esse combo torna a experiência até risível. Isso é uma pena, pois eu peguei Fear Effect Sedna esperando que ele me deixasse empolgado a ponto de até correr atrás dos capítulos anteriores da série. Mas, do jeito que ele está agora, nem mesmo o seu preço relativamente baixo (20 dólares) justifica a sua compra.
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