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Estamina #05: Tetris Plus nos deu mais motivos para eliminar blocos

A vinheta inicial apresenta dois personagens – um professor de arqueologia e sua assistente que é bem parecida com a Bulma, de Dragon Ball – e o objetivo em comum entre eles: viajar o mundo com um mapa para trazer à luz do sol o que ainda não foi descoberto. Essa mistura de personagens e peças me chamou a atenção lá nos anos 90 e fez toda a diferença no gameplay de Tetris Plus, jogo lançado em 1996 para Playstation, Sega Saturno, Game Boy e Arcade, desenvolvido pela Natsume e publicado pela Jaleco, que não se resumiu a um simples tetris colorido que saiu do minigame portátil e incolor.

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Para realizar suas descobertas, o baixinho e bigodudo arqueologista precisa passar por portas que estão no subterrâneo da tela – essa é a ligação do objetivo do jogo com o formato Tetris. Por causa disso, o professor só consegue ir para “debaixo da terra” se o jogador fizer linhas de blocos suficientes e estrategicamente pensadas para que ele atinja a base da caixa do puzzle antes que a roda giratória cheia de dentes presa ao teto que se move para baixo a cada 18 segundos o alcance.

Para piorar a situação de quem joga, o professor anda para lá e para cá sem nenhum tipo de inteligência ou direção que tenha mais chances de vitória, chora por não ter para onde ir, escala peças colocadas em cima dele que podem leva-lo à morte ou não e corre quando sente que a morte em forma de roda dentada está próxima. E isso é combustível para o meu cérebro, me interesso justamente pelos jogos mais difíceis.

Aliás, a grande dificuldade do jogo e o que eu mais gosto nele está no fato de que não podemos controlar o professor como fazemos com as peças de tetris porque ele possui vida e vontade próprias. Claro que seus movimentos podem ser “friamente calculados” depois de muitos loses e observação de comportamento, assim como Donkey Kong nos ensinou a fazer ao arremessar seus barris, mas isso não anula o exaustivo trabalho que temos, pois, o professor de Tetris Plus pode ajudar ou atrapalhar a si mesmo ao mesmo tempo durante toda uma partida. Dessa forma, ele exponencia tudo o que o jogo proporciona dentro da mesma proposta. Genial, não é mesmo?

Exceto o bom e velho Classic Mode que continuou intacto com seus blocos coloridos de formas diferentes que aparecem em momentos bons e ruins sem contar com a presença desse professor hiperativo, todo o jogo funciona em função dos movimentos desse lento personagem sem nome pré-definido, seja no Vs. Mode ou no Puzzle Mode.

Clássicão! A música acelera junto com a velocidade das peçaaaaaaaas
Clássicão! A música acelera junto com a velocidade das peçaaaaaaaas

O modo contra para dois jogadores me diverte muito, mas poderia ser melhor! Eu não gosto do fato dos três níveis possíveis de partida somente alterarem o ponto no qual a roda dentada começa e não concederem nenhuma vantagem a mais para quem escolhe deixar seu tetris mais difícil. A decisão no “melhor de três” e os combos que aumentam a quantidade de linhas de blocos a serem resolvidas sempre caem bem nas minhas estratégias.

Algo que realmente ajuda a deixar a disputa mais acirrada é ver o jogo mandar exatamente as mesmas peças para os dois players na mesma sequência isentando-se da total responsabilidade sobre o porquê da vitória do vencedor.

Death is coming from above!
Death is coming from above!

O que me fez perder dias e noites na frente da TV foi o Puzzle Mode. É realmente difícil levar o professor ao chão em pouco tempo para ganhar pontos bônus – sim, eu quero bater recordes e fazer o mais difícil, óbvio. De qualquer forma, o fantástico trabalho musical e visual que dá todo o suporte para as partidas tornam todo o gameplay muito mais empolgante e vivo. Todas as trilhas e efeitos foram pensados para cada situação em que o professor se encontra: início da partida, desespero, satisfação, acesso a porta subterrânea, combos de linhas… Texto e cores complementam o som na medida certa. Depois de finalizar as fases de 4 locais, magicamente, descobrimos o fim da linha: Atlantis, o ponto secreto do mapa.

E o melhor: dois jogadores podem jogar suas respectivas partidas ao mesmo tempo! A tela sempre fica dividida à espera do segundo jogador para que ele jogue de forma independente desde o início ou através de um password constituído de uma sequência de peças tetris. Pensei que a assistente teria alguma função mais ativa, mas continuou só com participações totalmente coadjuvantes durante os quadrinhos de fala.

Meu modo preferido. Confesso que o desespero me fazia matá-lo, às vezes...
Meu modo preferido. Confesso que o desespero me fazia matá-lo, às vezes…

Inicialmente, o gênero Tetris pode ter sido pensado para portáteis. Mas Tetris Plus, desconsiderando a incompreensível continuação-mais-do-mesmo Tetris Plus 2, consuma seu potencial para consoles também e se tornou o jogo desse tipo mais difícil que joguei. Quem ama puzzles, como eu, não consegue escapar da simples magia e do desafio de jogar essa grande e histórica invenção feita nos anos 80 por Alexey Pajitnov que se reformula a cada versão do jogo para console e aplicativo para celular.

Tetris é tão viciante que permanece amado por gerações e, em breve, chegará aos cinemas. Ainda não há sinopses, trailers, nada concreto. Só a notícia, a nostalgia e a vontade de pegar num joystick para jogar no telão da sétima arte.

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