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Especial: O encontro dos bosses: Street Fighter X The King of Fighters

Segue a disputa entre os vilões das maiores franquias de games de luta. Quem sairá vencedor desta vez?


Depois do último texto onde imaginamos a pancadaria entre os bosses de Street Fighter e Fatal Fury, confesso que fiquei com a pulga atrás da orelha sobre como seria esse pega em escala maior. Imaginem vocês um grande torneio onde todos os vilões de games de luta se enfrentassem para definir quem é o maioral? Sinistro, hein!

Pensando nisso, decidi dar asas a mais um duelo dos bons, dessa vez envolvendo outros Street Fighters. E para bater de frente com eles, só mesmo uma seleção de inimigos de The King of Fighters, reeditando a rivalidade da década de 90. Se você perdeu o primeiro round, é bom dar uma conferida antes de seguir neste aqui, já que usaremos os mesmos critérios para decidir quem será o vencedor: técnicas, cenário, BGM e relevância.

Nossos combatentes da vez são, pelo lado da Capcom: Akuma, Gill e Seth. Já o trio da SNK será formado por Rugal, Goenitz e Orochi. Todos prontos?

FIGHT!

Akuma-Rugal-playreplay

A luta já começa fervendo com Akuma e Rugal! O primeiro surgiu como personagem secreto em Super Street Fighter 2 Turbo, exigindo algumas condições do jogador para enfrentá-lo. O diabólico japonês dá cabo de M. Bison como quem se livra de um trapo qualquer e se posiciona para encará-lo. Rugal tem mais requinte, mesmo em suas maldades premeditadas. Traficante de armas, Rugal Bernstein sonhava em ser o mais forte de todos, transformando seus adversários em estátuas.

Técnicas: Luta dificílima, principalmente porque ambos são máquinas de matar. O Satsui no Hadou de Akuma impera nas intenções assassinas, mas Rugal tem ataques de ambos os bosses de Fatal Fury: Reppuken (de Geese Howard) e Kaiser Wave (de Wolfgang Krauser).

O duelo poderia ser considerado empatado, não fosse por um detalhe: Shun Goku Satsu. O famoso golpe do “apaga a luz” fez de Akuma uma lenda, já que receber o ataque máximo do endemoniado carateca era o mesmo que a morte. Mesmo com toda a sorte de magias, nem Rugal seria páreo para o Raging Demon!

 

Cenário:

Akuma-sfa2-stage

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Uma vez que não estamos falando de um game em específico, fica difícil comparar cenários. Akuma, em sua origem, usava o cenário de M.Bison. Depois, em Street Fighter Alpha, adotou a caverna onde fez boa parte de seu treinamento, ornamentada com velas e estátuas de entidades orientais. Mesmo em outros títulos da série, Akuma sempre preferiu cenários naturais ligados ao seu confinamento solitário.

Rugal, sofisticado como sempre, luta dentro de seu porta-aviões, o Blacknoah. Cercado por tecnologia de ponta e por suas panteras negras, o vilão chega ao ponto de ostentar pinturas suas pelas paredes do ambiente. Merece o ponto por seu esforço em decoração, já que Akuma não parece gostar de visitas. Disputa empatada!

 

BGM:

A grandiosidade dos vilões está até mesmo em suas músicas de fundo. Quem nunca estremeceu diante da imponência de Akuma ao ouvir as primeiras batidas de seu tema de batalha? Com claras inspirações asiáticas, fica claro até mesmo para quem desconhece a série que se trata de um personagem selvagem e perigoso. Brrrrr…

As músicas tema de Rugal também são empolgantes e ameaçadoras. Em 1994 a disputa era feita em dois rounds, sendo o tema do primeiro mais lento e profundo, enquanto o segundo tema tinha guitarras e uma levada eletrônica característica, algo que se perpetuou em suas demais aparições. Nunca deixou de ser eletrizante encarar seus Genocide Cutters com um som agitado para levantar a adrenalina! Nada mais justo que o empate!

Akuma:

Rugal (Segundo Tema):

 

Relevância:

Ambos já participaram de diversos games de suas respectivas séries. Chegaram até mesmo a se enfrentar, no crossover Capcom vs SNK. Outra coincidência é que ambos já tiveram suas versões mecanizadas, com Cyber Akuma (Marvel Super Heroes vs. Street Fighter) e Omega Rugal (de 1995 em diante).

Akuma deixou de ser boss, mas nunca se limitou a ser um personagem comum. Rugal não teve a mesma sorte, já que sua última participação para valer foi em 1995, com aparições em 1998 e 2002, versões “festivas” de KOF, sem ligação direta com a trama da série. Akuma leva essa e vence a disputa por 2 x 1, um belo começo para os Street Fighters!

 

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Gill e Goenitz dão sequência a peleja. São personagens controversos, apareceram pouco em suas franquias e tem em comum o uso de poderes elementais. Gill é considerado o apelão dos apelões, mas depois que você pega o jeito, dá pra encarar numa boa, mesmo com o especial que recupera o HP. Assim como seu irmão Urien, o vilão se amarra em usar uma tanguinha para lutar. É integrante da seita Illuminati e recebeu modificações genéticas desde sua juventude, a fim de se tornar um grande guerreiro. Ponto ultra controverso na história da série, mas nada muito relevante, já que a Capcom nunca levou o roteiro de Street Fighter a sério.

Leopold Goenitz é o boss final de KOF 96 e um dos quatro reis de Orochi, ao lado de Yashiro, Shermie e Chris. De acordo com a história da série, Leopold tinha ligações com a Igreja e era conhecido por sua bondade, antes de se deixar corromper pela maldade do sangue Orochi. Várias de suas falas em SNK vs Capcom Chaos deixam claro seu posicionamento espiritual, principalmente quando seus adversários têm origem demoníaca, como Dimitri (DarkStalkers) e Firebrand (Ghosts n’ Goblins). Por seu poder demasiado e sua influência no desenrolar da Saga Orochi, merecia aparecer um pouco mais. Ter arrancado um dos olhos de Rugal não é o bastante. Quem vencerá a disputa?

Técnicas: Gill usa técnicas de gelo e fogo, de acordo com cada lado do seu corpo. Não possui ataques devastadores, salvo seu especial Seraphic Wing, que pode levar seu HP embora em um piscar de olhos. A apelação maior está em sua técnica de ressurreição, quando volta à vida com a barra de HP cheia, após ser derrotado. Não por acaso, grande parte das estratégias para derrotá-lo envolvem time out. Sujeira!

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Goenitz é o senhor do vento e assim como Gill, também usa especiais a torto e direito. Seus furacões vão do chão ao topo da tela, o que pode ser extremamente incômodo. Além disso, pode se teletransportar movendo suas moléculas pelo ar. Seu maior poder está em despertar o poder Orochi em outros humanos, a “Revolta de Sangue”. Goenitz é um boss bem chato de se derrotar, perpetuando o legado dos apelões! Ponto para a galera da SNK!

 

Cenário:

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Gill teve 3 arenas distintas, uma em cada versão de Street Fighter 3. A mais bela é a primeira, de Street Fighter 3: New Generation.

O cenário é caótico e repleto de lava, com torres que se erguem em direção ao céu, no melhor estilo Torre de Babel ou Torre de Karin, confirmando a ideia de divindade do personagem. Repare no foco luminoso das nuvens, mostrando uma eventual iluminação, talvez vinda do próprio Gill. Ossadas e outros detalhes complementam uma das mais belas arenas produzidas em um game de luta 2D.

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Representação artística da Torre de Babel

O cenário de Goenitz é o estádio da final do torneio, porém completamente destruído. Surge um vórtice no céu e o background deixa de ter um belo céu azul para tornar-se rubro como sangue. Placas de publicidade (com a logo da SNK) voam carregadas pelo forte vento proveniente de Goenitz. Mas por mais caprichado que seja, Street Fighters levam o ponto!

 

BGM:

Assim como os cenários, Gill também teve 3 temas. Todos eles carregam uma certa divindade nas melodias, sendo o primeiro o mais bonito (e o que usarei na avaliação) e o terceiro, o mais conhecido.

Toda a OST de Street Fighter III carrega muitos traços de música eletrônica, acompanhando o ritmo acelerado do game. Já que as três versões são interessantes, decidi listá-las aqui e você decide a sua favorita.

Street Fighter 3: New Generation

Street Fighter 3: 2nd Impact

Street Fighter 3: 3rd Strike

Goenitz Theme:

Goenitz Theme (Versão com arranjos):

Goenitz também tem seu pezinho no clero, então há uma atmosfera celestial em sua música tema. É considerada uma das mais belas composições da série, principalmente em sua versão com arranjos, marca registrada dos games da SNK. A batida é contagiante e não deixa nenhuma dúvida de que Goenitz é o manda-chuva da história. Atenção na guitarra da versão com arranjos!

Segue empatada a disputa!

Relevância: Gill e Goenitz apareceram muito pouco em suas séries, mas o Street Fighter leva a pior nesse sentido. Além de não ser um personagem à altura da série, só participou das 3 versões de SF3 e não deu mais as caras. Goenitz lutou em KOF96 e apareceu em versões especiais de KOF 98 e KOF2002, além de ser striker em 2000 e um dos bosses de SNK vs Capcom Chaos. Ponto e vitória para a SNK!

 

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Restou a Seth e Orochi a responsabilidade de definir a luta! Orochi representou o ápice de The King of Fighters, encerrando a primeira grande saga da série e a consolidando como a grande rival de Street Fighter. Seth é, em teoria, o grande vilão de Street Fighter IV, uma nova tentativa da Capcom de reconquistar seu público e o poderio da franquia, trazendo todos os combatentes clássicos de volta e simplificando a jogabilidade. Contudo, o vilão não é dos mais emblemáticos e carece de personalidade.

Técnicas: Seth faz um apanhado do que cada Street Fighter tem de melhor, unindo golpes de todos os personagens clássicos. De certa forma, Shang Tsung já havia feito algo parecido 16 anos antes (SF4 é de 2008, MK de 1992), mas com maior propriedade e sem enfiar a cabeça no chão de forma esdrúxula para usar seus ataques!

Orochi, por outro lado, tem técnicas de sobra. Pode atrair seus oponentes, estilhaça o espaço-tempo para atingí-lo, usa a luz divina como especial e tem excelentes ataques físicos. Leva o ponto sem fazer muito esforço!

 

Cenário:

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Cenário de Chris Orochi
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Cenário de Shermie Orochi
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Cenário de Yashiro Orochi
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E finalmente, o cenário do Orochi em pessoa, após possuir o corpo de Chris

Segue a pobreza para o lado de Street Fighter 4. Um dos pontos negativos do game é não ter cenários fixos para seus personagens, pecado capital dos títulos atuais de luta que têm 30, 40 personagens disponíveis em seu rol de combatentes. No primeiro round o laboratório de Seth tem apenas engenhocas e máquinas ligadas ao fundo. No combate final, o cenário entra em destruição e abre espaço para chamas e luzes de emergência.

Orochi também tem um cenário bem simples, mas leva em magnitude. A luta contra o trio “New Faces” que antecede o combate final se dá no mesmo cenário, mas com variações de acordo com quem está lutando, principalmente por conta de seus poderes elementais. Assim, quando Chris luta surgem chamas azuis, raios para Shermie e lava para Yashiro. Quando chega a vez de Orochi, surgem pilares luminosos! Belíssimo, não? E mais um ponto fácil!

 

BGM:

O tema de Seth é interessante e empolga, mas não é marcante. Toda a OST de Street Fighter 4 se destaca pela qualidade acima da média, sem contar a abertura cantada, algo inédito na série. O tema de abertura chama-se “The Next Door”, de autoria do grupo japonês Exile. Nas versões posteriores, a música deu lugar a um tema instrumental.

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Quando estamos diante de Orochi, nos sentimos diante de uma divindade. E a música tema de seu cenário não deixa de passar essa sensação em nenhum momento. É pena que o personagem em si não seja tão imponente quanto outros vilões da série, além de ser um dos mais fáceis de se derrotar.

Dá para considerar um empate técnico.

Seth:

Orochi:

 

Relevância:

Seth é irrelevante para Street Fighter e isso acaba ficando claro quando Bison revela suas reais intenções. Já que a trama não é o forte do game da Capcom, também acaba se tornando complicado dar grande profundidade aos seus personagens, salvo os personagens originais, explorados até o talo. Seth não apareceu em nenhum outro game.

Orochi, propriamente dito, também não participou de nenhum outro game a não ser KOF97. Um clone seu, contudo, participou de Neo Geo Battle Coliseum (Mizuchi), game que reuniu personagens de diversos games da SNK para um racha generalizado. Além disso, Orochi foi influente nos outros três games anteriores da franquia, já que tudo sempre girou em torno de sua ressurreição. Mais uma vez: Não é o melhor vilão já criado pela SNK, principalmente quando pensamos em Rugal, Wolfgang Krauser, Geese Howard ou Igniz. Mas está longe de ser tão ruim quanto os criados pela SNK Playmore nos títulos recentes da empresa. Orochi vence o ponto e a partida! K.O.

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O trio de The King of Fighters vence a disputa de forma apertada, por 2 x 1!


 

Foi uma batalha acirradíssima, mas prevaleceu a força dos personagens da SNK. Mesmo com a força de Akuma, Gill e Seth não se mostraram fortes o bastante para alterar o resultado final. E agora, qual será a nossa terceira batalha? Quais são os seus palpites?

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