Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante, os Jedi foram traídos pela República, secretamente comandada por um poderoso Lorde Sith conhecido como Darth Sidious, e quase todos os guerreiros foram assassinados.
O extermínio, conhecido como a fatídica Ordem 66, porém, não dizimou todos os Jedi: alguns grandes mestres, como Obi-Wan Kenobi e Yoda, conseguiram escapar e se exilaram. Alguns outros Cavaleiros e Padawans conseguiram sair com vida do atentado, e precisaram fugir e se esconder nos confins da galáxia. Dentre eles estava Kanan Jarrus, uma das estrelas da mais recente animação da série, Star Wars Rebels.
Rebeldes com causa
Rebels, a animação exibida no canal DisneyXD e baseada na série criada por George Lucas, acompanha a tripulação da nave Ghost, composta dos rebeldes Kanan Jarrus, o humano Jedi líder da equipe; Hera Syndulla, a Twi’lek piloto e segunda em comando; Sabine, uma humana artista cheia de habilidade com tecnologia (e dona de um passado bem misterioso); Zeb, um Lasat sobrevivente de um grande ataque ao seu planeta natal (e um dos poucos sobreviventes de sua espécie); e Chopper, o mascote do grupo, um astromech ranzinza e teimoso. O time tem base em Lothal, um planeta dominado pelo Império, e vive de realizar missões visando atrapalhar os planos e atividades imperiais e ajudar o povo local.
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Em uma de suas missões, o grupo cruza o caminho do jovem humano Ezra Bridger, um “trombadinha” bastante habilidoso… aliás, habilidoso até demais. O rapaz desperta o interesse de Kanan, que acredita ter encontrado uma criança sensível à Força, e depois de algumas desavenças o garoto acaba se juntando ao time da nave Ghost.
Começa, então, a saga dos rebeldes de Lothal, que chamam a atenção do Império graças aos relatos de um possível Jedi e seu Padawan atacando constantemente as bases locais do Império, que trata de enviar alguém para tentar dar um jeito na situação. E assim o Inquisidor, um personagem extremamente hábil no uso da Força e de seu sabre de luz duplo, e alinhado com o Lado Sombrio, entra em cena.
A ponte entre as trilogias
A animação tem papel importante no novo canon da série, praticamente resetado após a aquisição de Star Wars por parte da Disney. Como anos e anos de histórias em quadrinhos, livros e jogos foram descartados (sendo considerados agora apenas “lendas” no universo da série, fazendo parte do selo Legends), a Disney tinha agora a missão de preencher novamente as lacunas existentes entre os filmes. E é aí que Rebels entra.
Atenção! A partir daqui o texto pode conter spoiler sobre a primeira e a segunda temporadas de Star Wars Rebels. Se não quiser estragar nenhuma surpresa, pule agora mesmo para a conclusão do texto! Ou continue lendo o próximo trecho por sua conta e risco!
Passando-se no período entre os Episódios III e IV, Rebels começou a evoluir de forma bem discreta, utilizando praticamente somente personagens novos (mas fazendo menção a personagens da trilogia prequel da saga). Aos poucos, porém, Star Wars Rebels foi reforçando que, sim, tinha chegado para fazer o link entre as duas trilogias cinematográficas, trazendo participações especiais como as de Lando Calrissian, R2-D2 e C-3PO.
Mas a Disney ainda não parecia contente, e a partir da segunda metade da primeira temporada a coisa realmente começa a esquentar: Rebels passa a se integrar cada vez mais com a mitologia criada nos cinemas, fazendo menção a fatos e personagens vistos nas telonas e também em Star Wars: The Clone Wars, a consagrada animação lançada em 2008 no Cartoon Network. Cada novo episódio mergulhava a nova série cada vez mais no canon da saga, inerentemente tornando Rebels uma parte do cânone novo.
E o que já era bom, só ficou melhor com a chegada da segunda temporada. Afinal, a partir daqui os rebeldes da Ghost passam a integrar a grande rebelião, composta por diversas células rebeldes ao redor da galáxia. Se antes a tripulação sob o comando de Kanan e Hera lutava pelo bem do povo de Lothal, agora a responsabilidade era ainda maior: suas missões visavam trazer paz e liberdade para o povo de toda a galáxia.
E, já que a responsabilidade aumentou, nada mais justo do que o time ganhar alguns reforços. Agora, além de Kanan, Hera, Sabine, Zeb, Chopper e Ezra, a equipe também conta com Ahsoka Tano, a antiga Padawan do Cavaleiro Jedi Anakin Skywalker, e seu velho amigo Rex, um exímio ex-Capitão do Exército dos Clones. Com a chegada da dupla, Rebels mergulhava de cabeça na mitologia de Star Wars ao abraçar dois personagens de The Clone Wars como parte do novo time de protagonistas. E isso funcionou incrivelmente bem — principalmente agora que, além de novos e perigosos inquisidores, a grupo precisa lidar com uma ameaça muito mais terrível: Darth Vader.
E se você acha mesmo que isso ainda é pouco, saca só o que a Disney preparou para o final da segunda temporada:
Uma grande adição à mitologia
Sem dúvida alguma, Star Wars Rebels é hoje um dos melhores capítulos da história de Star Wars. Sem a necessidade de ter um Skywalker no papel principal, a série mostra que é possível sim ter protagonistas “genéricos” interessantes o suficiente para carregar nas costas uma série desse nível. Kanan, Ezra e companhia hoje são alguns dos melhores e mais adorados personagens da saga, estrelando livros, histórias em quadrinhos e até mesmo um jogo para celulares.
Além disso, o papel que a série exerce é cumprido com excelência por meio de histórias que, ainda que em teoria sejam voltadas para o público infantil, são emocionantes e profundas o suficiente para agradar também ao público adulto. Muitas vezes as tramas são tão incríveis e carregam tanto peso emocional que não raramente você vai sentir aquela lágrima se formando no canto dos olhos.
Se Star Wars é a sua praia e você ainda assim não assistiu a Rebels, dê uma chance à série. Você pode se surpreender com a qualidade de animação, trama e desenvolvimento de personagens que estava perdendo…