Saudoso, surpreendente e inovador. Faltam-me adjetivos para descrever o quão importante foi o Nintendo 64 para a história dos videogames. Mesmo sem o mesmo brilho de seu concorrente, o PlayStation, nenhum outro console cumpriu com tanta maestria a missão de juntar a galera para partidas multiplayer.
Mesmo sem o incentivo das third parties, o Nintendo 64 soube se virar só com a força de suas próprias franquias (e uma forcinha extra da Rare). Que tal recordar um pouquinho desse sucesso?
Menos de 400 jogos lançados
Mesmo sendo considerado um sucesso, o Nintendo 64 sofreu com um número relativamente baixo de jogos lançados. Snes e Nes, por exemplo, alcançaram a marca de mais de 700 games cada um. O PlayStation, rival direto na época, chegou a estrondosos 1100 jogos.
Atrasadinho
O projeto original previa o lançamento do Nintendo 64 para o Natal de 1995. O tiro saiu pela culatra e houve um adiamento para abril de 1996, também não cumprido.
No fim das contas, o console só chegou às prateleiras japonesas em junho de 1996 e em setembro do mesmo ano para os norte-americanos.
Europeus e sul-americanos tiveram que aguardar até 1997 para jogar o console.
O último dos moicanos
O N64 foi o último dos consoles caseiros a trabalhar com cartuchos, quando todos os seus concorrentes já haviam adotado os CDs.
O último dos últimos lançamentos com essa tecnologia foi Tony Hawk Pro Skater 3, lançado em agosto de 2002.
É do Japão!
Enquanto os norte-americanos tiveram à disposição apenas dois games no lançamento do console (Super Mario 64 e Pilot Wings 64), do outro lado do mundo os japoneses contaram com um título extra: Saikyo Habu Shogi, baseado no jogo de tabuleiro nipônico, similar ao xadrez.

A estrela do game é Yoshiharu Habu (foto acima), um dos maiores campeões da modalidade.
Vendeu bem?
O Nintendo 64 vendeu, ao todo, cerca de 32.9 milhões de unidades em todo o mundo. Cerca de 17 milhões a menos que o Super Nintendo, mas 11 milhões de unidades acima do seu sucessor, o Game Cube.
Entre seus títulos mais vendidos, temos Super Mario 64 (11.9 milhões), Mario Kart 64 (9.8 milhões), Goldeneye 007 (8 milhões), The Legend of Zelda: Ocarina of Time (7.6 milhões) e Super Smash Bros (5.5 milhões de unidades vendidas).
Já que Super Mario 64 acompanhava o console, nada mais justo que dar a medalha de ouro para o segundo game da série de corrida estrelado pelo bigodudo.
Barato para eles, mas caro para nós
Enquanto um console atual custa entre 400 e 500 dólares em seu lançamento, o Nintendo 64 surpreendeu a todos com um preço enxuto de US$200, bastante acessível para os jogadores na época. Isso, claro, só para os norte-americanos, já que por aqui a situação foi bem diferente. Em território tupiniquim, para se aventurar em três dimensões era preciso desembolsar cerca de R$650,00 (aproximadamente R$2.000,00 nos dias de hoje).
Cartuchos hoje custam mais caro que o console
Aqui no Brasil o Nintendo 64 ainda é idolatrado por muitos. Colecionadores chegam a desembolsar até R$300,00 por um cartucho raro como Conker’s Bad Fur Day. Por outro lado, um console em bom estado pode ser comprado por até R$100,00 com cabos e controles. Bastante acessível, não?