Já foi ao ar pela Crunchyroll Brasil o primeiro episódio da aguardadíssima terceira temporada de Attack on Titan (ou Shingeki no Kyojin), e caramba, seja lá o que você estivesse esperando, acho certo afirmar que o novo capítulo conseguiu surpreender todo mundo!
Nossas primeiras impressões sobre o primeiro episódio da terceira temporada já estão no ar! Basta dar play no vídeo acima para conferir a opinião do nosso canal parceiro Aquele Cara!
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Se você estiver vendo isso aqui no futuro, lembre que esse texto é apenas um singelo “primeiras impressões”, então é possível — e até provável — que muita coisa ganhe diferentes contornos e explicações no futuro, e que alguns defeitos que eu vou apontar sejam totalmente redimidos. Além disso, eu também não leio o mangá principal de Attack on Titan, então estou livre de quaisquer spoilers (Aliás, tentem não mandar spoilers nos comentários também a fim de respeitar a galera que só acompanha o anime, beleza?)
A primeira coisa que fica clara no episódio 38 da série é que o ritmo dessa estreia é muito mais lento do que estávamos acostumados nos episódios anteriores. Praticamente não vemos titãs ou o equipamento em ação e, com isso, os primeiros 20 minutos deste novo ano são totalmente focados em desenvolvimento de personagens e exposição da mitologia da série, além daquela dose saudável de “Previously, on Attack on Titan…”
A primeiríssima cena já chega com um ar mais contemplativo, com divagações e um pequeno questionamento filosófico, o que acaba funcionando bem para ampliar os horizontes da série. Literalmente até, já que Eren está se perguntando o que existe do outro lado do mar. Foi uma boa escolha para cena inicial, já que ela preparou bem o terreno para uma opening que também desafiou as expectativas da galera.
Acostumados aos hinos estrondosos e épicos do grupo Linked Horizon, agora temos uma música bem mais calma, a Red Swan de Yoshiki e Hyde. Como a mudança de tom é muito grande, presumo que a recepção dos fãs vai ser mista. Eu, pelo menos, gostei muito mesmo tanto do tema como do visual que o acompanha, com detalhes da infância dos heróis. É muito cedo para fazer qualquer julgamento mais sério mas, tendo visto e revisto a opening umas 5 vezes, já sei que ela vai ficar entre as minhas favoritas, porque gostei bastante da música.
Com o novo tom já bem estabelecido, os próximos minutos são gastos ao lado de nossos heróis, que estão agora sob o comando de Levi. Não fica claro exatamente quanto tempo se passou desde o final da segunda temporada, mas até que gostei desse mistério, porque cria um certo ar de “o que meu personagem favorito está fazendo agora?”
O problema é que eu acho que exageraram um pouco demais nos mistérios. Até perdi a conta do número de vezes em que os personagens fazem segredo e mandam mensagens crípticas sem motivo algum, tipo “ah, esqueci de te falar uma coisa, mas tá aqui nessa carta” ” — Beleza, depois eu leio”. Ou até “vou te contar o meu plano….”, seguido por um fade out em silêncio. Acabou ficando meio cansativo esse formato, e enrolando um lore que já não é a coisa mais bem montada do mundo ao natural.
Normalmente isso não é um problema tão grande em animes mais focados na ação mas, quando você intencionalmente desacelera o seu ritmo para trabalhar na história e personagens, a audiência presta mais atenção na narrativa e, com isso, fica mais exigente e intolerante a truques baratos como esse.
Assim, todo o arco do grupo tentando descobrir a conspiração por trás da família Reiss e do assassinato do pastor Nick (morto por saber a verdade sobre Historia) ficou mal explicado e, pior ainda, não foi particularmente divertido de assistir. A parte do sequestro de sósias por do Eren e Historia por amadores estava parecendo uma baita encheção de linguiça mas, pelo menos, conseguiu ter um payoff muito bom.
Os últimos 5 minutos são magistrais, com Mikasa entrando em ação e, claro, Levi revelando um pouco de seu passado com Kenny, que logo surge para botar o terror no melhor estilo ultraviolento que Attack on Titan sabe fazer tão bem. Sua entrada é triunfal e, graças a isso, o primeiro episódio do ano 3 é encerrado em uma nota altíssima, apesar do miolo mal trabalhado.
Se os próximos episódios conseguirem usar o ritmo mais lento para trabalhar melhor a dinâmica dos personagens e revelar com mais clareza e menos enrolação o seu lore, então a temporada pode ser bem legal mesmo com um ritmo mais cadenciado. Enquanto isso, eu estou ansioso para ver um pouco mais do Kenny em ação, e vocês?