Pense em uma produtora que realmente se importa com seus consumidores, tratando-os com respeito, ouvindo suas críticas e sugestões e procurando atender às suas expectativas. Pensou? Posso afirmar quase que com absoluta certeza que o nome que lhe veio à mente foi “CD Projekt RED” ou “a galera que fez The Witcher 3: Wild Hunt. Acertei?
Não é à toa que essa turma recebeu diversos prêmios ao longo do ano, tanto por seu aclamado jogo quanto por sua postura em relação a seus produtos e clientes. O mais recente foi o título de “Produtora do Ano” no The Games Awards, fazendo dobradinha com The Witcher 3 (que levou os troféus de Jogo do Ano e Melhor Jogo de RPG de 2015), o que prova que aprovação do público em relação a essa produtora é praticamente unânime.
Então o que esperar da prometida expansão do último Witcher, que já chegou às lojas vendendo feito água e fez um tremendo sucesso mundialmente com sua narrativa adulta e ação fenomenal? Bem, esperávamos exatamente o que recebemos com Hearts of Stone.
Corações de Pedra
Em Hearts of Stone, Geralt de Rivia se depara com um novo contrato de bruxo, o qual aceita e começa a sua nova missão. Aqui, não espere ver nada de muito diferente do resto do jogo: você segue pistas, fala com diversos personagens, seleciona linhas de diálogo e anda para lá e para cá derrotando monstros e explorando diversas locações do mapa. Para começar a brincar na nova missão, é preciso estar pelo menos no nível 30 (mas não se preocupe, você pode jogar esse capítulo da história à parte com um Geralt pré-montado abrindo a expansão direto do menu de jogo).
Veja também:
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A nova aventura leva Geralt a vários pontos de Oxenfurt e Velen, onde o bruxo é apresentado a novos e interessantes personagens — além de reencontrar velhos conhecidos. Dentre os maiores destaques da expansão estão o misterioso Homem de Vidro, que você conhece logo no início do jogo enquanto investiga o paradeiro de Yennefer de Vengerberg, e o nobre com cara de bandido Olgierd von Everec. Juntos, os caras brilham intensamente na expansão, e é a partir daí que Hearts of Stone começa a mostrar seu verdadeiro valor.

Durante o desenrolar da nova trama, o bruxo é apresentado a uma nova e muito útil mecânica: a gravação de runas e glifos diretamente nos equipamentos, sem a necessidade de equipar quaisquer pedras. Dessa forma, Geralt ganha acesso a algumas vantagens bem legais, como maiores danos causados por seus sinais e até mesmo um tremendo aumento nas capacidades regenerativas do personagem.
Coração do Lobo
Se durante a campanha principal (ou dos jogos anteriores, se for um fã das antigas) você caiu nas graças de Geralt, o bruxo de tom frio mas bastante irônico, adorando suas respostas para os mais variados diálogos e suas soluções para as diversas situações nas quais ele se via enfiado, Hearts of Stone vai te agradar bastante.
A expansão nos apresenta a um lado um pouco mais humano do bruxo, que reencontra Shani em suas andanças. A médica ruiva, velha conhecida de quem jogou o primeiro game da série criada CD Projekt RED, reaparece na vida de Geralt despertando um lado mais sensível do personagem. Se você já terminou o jogo uma vez e já “escolheu” sua parceira anteriormente, pode ser que toda a interação com Shani deixe aquele “gostinho de traição” na boca. Mas, ei, todo mundo é meio promíscuo nesse jogo, então bola pra frente.

Coração das Cartas
Além das novas locações, novos inimigos, novos personagens e o retorno de alguns outros já conhecidos, algo que deixou a galera muito animada para a expansão foi o anúncio de que novas cartas de Gwent seriam disponibilizadas. E, bem, promessa dada é promessa cumprida… mas não espere muita coisa.
Hearts of Stone traz algumas novas cartas, mas em uma quantidade bastante reduzida. Uma dezena de cartas não é exatamente a melhor adição do mundo, mas as novas adições são úteis o suficiente para valerem a pena a espera pela expansão. Sem contar que é impagável ter uma carta de Vaca, principalmente depois de todo o rolo dos bugs de dinheiro e experiência envolvendo os bovinos.
Vale a pena
Se você também jogou The Witcher 3: Wild Hunt e se apaixonou pela narrativa, jogabilidade e personagens do jogo, não perca tempo e compre logo a expansão. São cerca de 10 horas adicionais de um dos melhores jogos lançados em 2015, aproveitando tudo o que The Witcher 3 tinha de melhor para proporcionar uma experiência interessante, sombria e imersiva.

Uma nova expansão já está a caminho e com previsão para chegar na primeira metade de 2016. Blood and Wine promete mais de 20 horas de jogo e uma nova região todinha para ser explorada. Mas enquanto ela não chega, que tal se divertir um pouco mais com Hearts of Stone?
The Witcher 3 – Hearts of Stone — Nota: 4/5
Produtora: CD Projetkt RED
Plataformas: PlayStation 4, Xbox One e PC
Plataforma utilizada na análise: Xbox One