Os anos 90 foram repletos de jogos de plataforma de qualidade. A Nintendo tinha Super Mario 64 para o Nintendo 64, a Sega com Sonic Adventure no Dreamcast e a Sony não podia estar fora dessa com Crash Bandicoot, um mascote que marcou a geração Sonysta e depois adormeceu por anos.
Crash foi a cara da Sony na década de 90, com três grandes jogos incríveis e difíceis para o público.
Em Junho de 2017, Vicarious Studios e Activision lançaram a versão remasterizada dessa trilogia e, com a excelente recepção do público e da crítica, ganhamos recentemente a sua continuação oficial, com Crash Bandicoot 4: It’s About Time.
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Lançado no dia 16 de Setembro de 2020, Crash Bandicoot 4 chegou aos braços dos fãs com um grande abraço e fez geral viver uma nostalgia que não sentiam há muito tempo, ainda mais que, depois de anos com sequências que ninguém lembra, Crash agora tem sua continuação oficial e de qualidade.
Crash Bandicoot está de volta!
Sim, esse jogo é a continuação oficial depois dos acontecimentos de Crash Bandicoot 3: Warped. Após a derrota dos vilões do game, eles ficaram presos em uma dimensão paralela e coube a Uka Uka utilizar seus poderes místicos para abrir um portal para voltar a sua dimensão.
Porém, ao conseguir abrir, ele distorce várias dimensões, abrindo portais em várias linhas do tempo diferentes, trazendo personagens que conhecemos e até mesmo novos, de uma maneira diferente.
Você já começa o jogo controlando Crash na primeira fase e, após completa-la, é possível trocar para sua irmã, Coco Bandicoot. Os dois controlam da mesma forma, variando apenas o visual. Porém, os outros personagens das fases complementares que são liberados durante a sua aventura possuem mecânicas únicas.
A primeira que você já libera é Tawna Bandicoot, vinda de uma dimensão onde, aparentemente, os heróis principais morrem, fazendo com que ela se prepare para enfrentar todo o mal que passa pelo seu caminho.
Ela tem uma estatura maior, dá chutes como golpes e possui um gancho à la Batman, podendo utilizar tanto para atacar quanto para alcançar lugares distantes.
Muitos outros entrarão na sua aventura, mas não é só isso que te desafia no seu trajeto. Após completar o segundo mundo, você libera as fases reversas. Ou seja, você jogará novamente todas as fases de trás para frente.
Cada fase possui 6 cristais, sendo 3 baseados na quantidade de frutas coletadas, uma caso quebre todas as caixas da fase, outra quando você perde até um numero pré-determinado de vidas e por último é a gema secreta escondida no estágio.
Coletando todas, você libera uma skin de um dos personagens. Todas as fases possuem skins diferentes e, o mais divertido de tudo isso é que, assim que equipa uma variante do visual deles, elas aparecem até mesmo nas cutscenes do game. O que não é tão divertido é a dificuldade de completar tudo isso, ou até mesmo, as vezes, passar uma fase.
O Dark Souls de Plataforma
Brincadeiras a parte por conta desse título, Crash 4 é sim, um jogo muito difícil, e algo que já esperávamos desse game. A dificuldade é gradual, apresentando novas mecânicas no decorrer da jogatina.
Além disso, os estágios bônus vão sendo liberados com o tempo. Como já mencionado aqui, novos personagens ou o estágio reverso são algumas delas. Porém, existem as fitas VHS encontradas nas fases de cenas antes mesmo do primeiro jogo da série.
Para pegar essas fitas, você precisa chegar até ela sem ter morrido uma vez na fase e, assim que completa-la, você pode acessá-la. Já digo logo de cara que é algo absurdo de difícil, mas não impossível. Se você tiver disposição e horas livre, com certeza dominará elas.
Além disso, para aqueles fissurados em completar o game 100%, já digo de antemão: você vai ficar em Crash 4: It’s About Time por muitas e muitas horas. Com desafios quase impossíveis, assim como os do time attack, dominar cada fase vai ser um trabalho e dedicação singular.
Mesmo assim, não é obrigado completar todos esses desafios absurdos liberados durante a jogatina. E ainda assim, o game não facilita. É a dificuldade do clássico em um jogo mais moderno.
Mudanças do Remake para o 4
Como todos sabem, a existência de Crash 4 só foi possível graças ao sucesso de Crash Bandicoot N. Sane Trilogy, e mesmo com um espaço de lançamento não muito longe, a evolução para o 4 é bem perceptível.
A começar pelo que fica na cara: seu visual. Não se compara o detalhamento dos personagens, cenários e animações mais fluídas comparadas com a trilogia. Se você já considerava ela boa, vai ficar de boca aberta com sua continuação.
Uma das alterações que ajudam muito os players, mas pouca gente menciona por aí, é a mecânica da “sombra” que aparece abaixo de Crash ou Coco quando pulam. Na trilogia, você fazia os pulos e meio que tinha que adivinhar onde ele cairia.
Nunca achei os pulos de Crash fluídos como os de Mario, por exemplo. Mas essa sombra, agora ajuda muito em saber exatamente a localização de onde você vai pousar. Detalhes que fazem toda a diferença na jogatina, mas ainda mantendo a dificuldade alta.
O retorno do gênero plataforma?
Todos sabem que o gênero plataforma foi muito popular na quinta geração (Nintendo 64, PlayStation One). Mario ainda continua firme e forte na jogada, agora com o retorno de Crash, e com o sucesso de vendas, podemos até imaginar que outras empresas possam querer seguir o mesmo caminho.
Crash Bandicoot 4: It’s About Time com certeza marcou essa geração, e mostra um futuro promissor para a série e para o gênero que já teve sua era de ouro em outrora. Com certeza é um jogo que, para quem gosta de desafios, é um prato cheio.
O jogo foi lançado para PlayStation 4, Xbox One e Xbox Series X. Ainda não tem previsão de lançamento para o Nintendo Switch, mesmo ele tendo recebido a trilogia original.