É quase impossível curtir games hoje em dia e não saber do que se trata Assassin’s Creed, independente de a sua relação com a série ser de amor ou de ódio. Seja em aventuras em duas ou três dimensões, a Ubisoft vem lançando jogos da franquia que hora inovam, hora repetem; hora acertam, hora erram.
Depois de anunciar que esse ano não teríamos um novo título da série principal, a Ubi lançou a segunda parte de Assassin’s Creed Chronicles, a série que nos apresenta a uma jogabilidade no estilo plataforma em progressão lateral, e tivemos a oportunidade de jogar e trazer nosso parecer desta nova aventura.
Assassin’s Creed na Rússia
Assassin’s Creed Chronicles: Russia nos põe na pele de Nikolai Orelov, um assassino da Ordem russa que já se encontra velho o suficiente para querer se aposentar dessa vida e cuidar de sua família. Mas enquanto o dia em que finalmente vai poder pendurar suas Lâminas Ocultas, ele aceita a missão de recuperar um dos Pedaços do Éden antes que os templários ponham as mãos no importante artefato. Uma missão de tamanha importância como essa não poderia ser passada para qualquer um, e por isso Nikolai correrá contra o tempo para cumprir a missão e poder enfim descansar com sua esposa e filha.
Por se tratar de um jogo que se passa na Rússia, como era de se esperar, o inverno intenso está presente em AC Chronicles: Russia — mas isso é mais uma questão visual do que qualquer coisa, já que o frio não afeta em nada o prosseguimento do personagem durante os cenários. É claro que dá para relevar se levarmos em conta que o protagonista já está habituado com o clima da região, sendo consideravelmente menos afetado por isso, porém as histórias já indicaram que o frio intenso pode ganhar guerras… Mas era de se esperar que o frio pelo menos afetaria a mobilidade do assassino e de seus inimigos.
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Deixando o clima de lado, o cenário é todo construído em uma plataforma 2.5D, envolvendo objetos do cenário como proteção, esconderijo e alternando o caminho entre camadas, indo para frente ou atrás do cenário para dar continuidade ao trajeto. Esse formato funciona bem e lembra bastante o visto em Assassin’s Creed II: Discovery para Nintendo DS (além, é claro, dos dois outros jogos da série Assassin’s Creed Chronicles, China e India).
No controle do assassino
É preciso deixar bem claro que a experiência de jogo proporcionada pelos jogos Assassin’s Creed Chronicles é bem diferente daquela vista nos games da série principal. Se você for daqueles que gosta de matar todo mundo que aparece pela frente, é melhor repensar suas atitudes. AC Chronicles: Russia te lesa tanto nesse ponto que, se você for pego ou visto por um inimigo, torça pra que dê tempo de fugir, pois muitas vezes basta um tiro para ser o fim de Nikolai. É claro que completando certos objetivos você é premiado com upgrades de equipamentos e vida ao final dos estágios, mas ainda assim este é um jogo completamente focado na ação sorrateira, evitando ao máximo atrair atenção e entrar em combate com vários inimigos.
Mas se o seu negócio é apostar na furtividade, em Assassin’s Creed Chronicles: Russia você conta com vários utensílios para te ajudar a atravessar hordas de inimigos sem ser visto ou ir matando um por um sem ninguém na surdina. Algo que ajuda bastante a manter-se indetectado é o campo de visão dos inimigos, demarcado por um feixe de luz que mostra até onde eles conseguem enxergar. Vale tudo para passar despercebido, então usar bombas de fumaça (que deixam os adversários paralisados por um tempo) ou atirar o gancho em caixas de energia (escurecendo o ambiente e reduzindo o campo de visão dos inimigos) são boas opções de abordagens.
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Por mais que à primeira vista o game pareça “diferente demais” da experiência apresentada na série principal e, por isso, você tenha alguma dificuldade para se adaptar à jogabilidade, vale ressaltar que com o tempo tudo começa a fluir e você logo pega prática com os controles. Mas isso realmente é algo que vem com o tempo, já que com tantas possibilidades de abordagens os controles realmente podem parecer um tanto confusos (e provavelmente Nikolai vai morrer bastante até você se acostumar com tudo). Até por isso recomendo que, quando for jogar, você feche o jogo de uma vez. Assim você não corre o risco de confundir os controles e precisar se readaptar novamente.
Além da telinha
Uma informação que talvez seja de conhecimento de alguns fãs Assassin’s Creed mas que vale como curiosidade sobre jogo é que essa não é a primeira aparição de Nikolai Orelov na série. O assassino é o protagonista de Assassin’s Creed: The Fall (lançada no Brasil pela Panini como Assassin’s Creed: A Queda) e Assassin’s Creed: The Chain, HQs lançadas pela própria Ubisoft que contam como Nikolai cresceu no meio dos assassinos, mostram suas missões ao longo dos os anos e, por fim, encerram a saga do assassino russo.
Assassin’s Creed Chronicles: Russia é um jogo que requer concentração, paciência e análise dos movimentos dos inimigos para ir avançando. Se você não curte o estilo, não passe perto, pois acaba se tornando um jogo repetitivo já que em todo encontro com inimigos a estratégia se torna basicamente a mesma: usar os gadgets e passar despercebido.
Agora, para quem se importa mais com a história, curte ação furtiva e é fã dos jogos, vale a pena vestir o capuz, ativar as lâminas ocultas e ajudar Nikolai a finalizar sua missão.
Assassin’s Creed Chronicles: Russia – Nota 3/5
Produtora: Ubisoft
Plataformas: PlayStation 4, Xbox One e PC
Plataforma utilizada na análise: PS4