Ah, tive que parar TUDO o que eu estava fazendo aqui no trabalho e na vida para escrever aqui no PlayReplay quando acessei o meu feed e vi o post do PlayStation Blog BR de hoje. Sim, hoje o nosso querido PlayStation, o primeirão, completa 20 anos de idade. O console foi lançado há exatas duas décadas nos Estados Unidos, e ao ler a matéria no PS Blog fui tomada por uma onda de nostalgia muito mais forte do que aquela que sempre tenho quando penso na minha infância. E aí precisei vir aqui me expressar.
Antes de tudo, preciso da compreensão dos amantes das outras marcas de consoles, pois nenhum outro videogame como o PlayStation e os outros modelos dessa linha fizeram a minha vida mais feliz e completa — e olha que eu tenho meus 28 20 e poucos anos…

E preciso fazer uma ressalva também: antes de ter um PSOne, tive um Master System II brasileiro. Apesar de jogar Sega Saturno, Nintendinho e outros consoles na casa dos amigos e primos, Alex Kidd não saía do meu controle e da minha mente.
Só dei descanso para o então mascote da Sega no Natal de 1995. Nessa época, eu estava ansiosa demais para que a promessa dos meus pais se cumprisse: “vamos te dar um novo videogame, filha!” O presente atrasou e eu pensei até que tinha acontecido algum problema com o mundo, mas chegou em Janeiro de 1996, no mês do meu aniversário. Quando questionei o porquê do atraso, meu pai me disse que acabou pedindo a um amigo que comprasse o console em outro país porque não encontrou o PSOne nas lojas paulistanas.
Até hoje, pouca gente sabe que o PlayStation não foi vendido oficialmente no Brasil — muito menos os meus pais. De acordo com a Sony, a marca já estava registrada por outra empresa nacional e, como o nome do produto já era veiculado em outros países há 1 ou 2 anos, seria um “tiro no pé” criar um título exclusivo para o mercado brasileiro.
De qualquer forma, o PSOne foi o leitor de 32 bits mais incrível que eu já recebi. Era só apertar o “Power”, o maior botão de todos, e torcer para o videogame ler o CD corretamente. Só havia uma forma de ter certeza de que o jogo estava para começar:
Joguei tantos jogos no meu PlayStation que não tenho nem ideia da quantidade total. Dava socos e chutes com o Mortal Kombat, soltava magias e coletava itens em Pandemonium, saia pra correr com o Pepsiman, me divertia MUITO com o Crash Bandicoot, tremia de medo com o Silent Hill, vasculhava vários locais em Tomb Raider, fazia altas manobras em Tony Hawk’s Pro Skater, defendia os oprimidos com o Jackie Chan, dançava até cansar com o Bust a Groove, rodava a cidade com o Road Rash, treinava minha paciência com o Fishermans’s Bait, criava inúmeras estratégias no Chrono Trigger, explorava a floresta da Disney com o Tarzan, perdia horas e horas no Tetris… Tive até o jogo das Spice Girls. Lembro de um outro que eu gostava muito, mas não sei o nome em português porque o título da capa e o jogo, claro, estavam em japonês. Era baseado em um Tetris também.
Eu só dividia meus segredos e descobertas feitas fase por fase com o meu Memory Card. E quando não dava para salvar o jogo, eu abria o meu caderninho de passwords. Ninguém mexia nele também. Se não fossem as minhas anotações marcadas com tanto esmero, eu jamais conseguiria zerar Pandemonium, pode acreditar. Se quiser tirar a prova, vá até a PSN e adquira o jogo. Boa sorte. Só não vale procurar os passwords na internet, combinado?

Não é à toa que os jogos clássicos disponíveis na PSN fazem um enorme sucesso de vendas. Com preços justos, a Sony oferece exatamente o mesmo gameplay e gráficos que só os anos 90 puderam proporcionar através do saudoso console cinza e quadradão.
Ganhei meu PlayStation quando eu tinha 9 anos e acompanhei toda a história desse console de perto, desde o início: o vasto catálogo de jogos para o primeiro PlayStation, a evolução para o PlayStation 2, a nova era com o PlayStation 3 e, agora, presencio o sucesso do potente Playstation 4. Vi até portáteis serem lançados, sempre com a mesma magia e facilidade de manuseio que um PlayStation proporciona.
Sony, obrigada por ter lançado o PlayStation há 20 anos e cravar seu lugar na história mundial dos videogames e na vida de cada um de nós também. Parabéns, PlayStation!